Minha procura da verdade

Quando deixei minha cidade natal, Madurai, na Índia, para ir a Portland, Oregon, há 21 anos, mal sabia que estava empreendendo uma viagem que mudaria minha vida para sempre. Eu ia completar um doutorado em física e fazer alguns contatos comerciais que me ajudariam mais tarde. Esses planos eram importantes para mim. Mas Aquele que eu ainda não conhecia tinha outros planos para minha vida. Ele estava resolvido a me atrair para Seu propósito.

Nasci hindu numa família de classe média inferior. Aos seis anos perdi uma parte de minha perna num acidente, e fiquei inválido para o resto da vida. Mas eu era tão bem aceito e querido por toda gente a meu redor que minha incapacidade não me afligia. Não obstante, podia ver as duras realidades da vida. Minha infância foi diferente da de outras crianças. Muitas coisas que podiam fazer eu não podia. Amiúde perguntava: “Por que eu?”

Mas minha incapacidade tinha sua vantagem. Podia gastar muito tempo lendo e refletindo. Nos primeiros anos gostava de ler histórias sobre divindades hindus. Mais tarde, ao me envolver no estudo de ciências, não vi necessidade de deus algum. Voltei-me para grandes cientistas e filósofos. Fiquei fascinado particularmente por Bertrand Russell e sua posição ateísta.

Dei meia volta

Contudo, ao estudar mais ciência e a Natureza, minhas percepções deram meia volta. Vi que os argumentos aparentemente lúcidos de Russell tinham defeitos sutis. Vi também que as leis que governam a Natureza são demasiado belas e organizadas para serem acidentais e sem nexo. Já tinha experimentado o amor de pessoas, mas agora ao cruzar a fronteira do ceticismo da juventude, senti que toda a Natureza parecia estar cheia de amor, se a gente tomasse o tempo para vê-lo.

Assim, aos 20 anos concluí que a existência de um Planejador bom e amante é imperativa para dar sentido ao mundo. Se há um Planejador que planejou tudo, certamente deve haver um propósito para Seu desígnio. Em particular, deve haver um propósito para que me criasse. Queria descobrir esse propósito. Muitas noites estava a sós suplicando que o Planejador Se me revelasse, se Ele realmente existia. Eu estava empenhado numa busca espiritual.

Depois veio minha viagem aos Estados Unidos. A vida como estudante graduado era boa, mas as questões espirituais surgiram. Existe Deus? Se Ele existe, que deseja que eu faça? Qual é o significado de minha vida?

Senti-me angustiado. Continuei estudando, mas passava o resto do tempo lendo não importa o que prometesse dar-me algumas respostas. Um dia ocorreu-me que devia ler a Bíblia. Imediatamente comprei uma Bíblia e um Corão. Comecei a ler ambos seriamente. O dia foi 6 de agosto de 1977, um sábado. Minha leitura do Corão não foi muito longe. Mas foi uma história diferente com minha leitura da Bíblia.

Voltei-me para a Bíblia

Esperava que a Bíblia fosse um livro de histórias mitológicas. Com efeito, começou quase como uma mitologia, mas logo descobri história, lei, amor e vida. E aqui estava Deus, envolvendo-Se intima e intensamente com todos os aspectos da vida humana desde o aparentemente trivial ao mais sério. Em cerca de dois meses tinha lido toda a Bíblia. Foi uma experiência inesquecível. O livro era notável, de modo estranho. Parecia responder a muitas de minhas perguntas sobre a vida, embora ainda não compreendesse tudo. Mas o livro também suscitou muitas outras questões.

Quando acabei de ler os quatro evangelhos, o caráter de Jesus fez-me uma profunda impressão. Com efeito, Ele foi a pessoa mais genuína que um ser humano podia ser. Estava certo de que um caráter tal não podia ter sido criado pela imaginação humana. Este fato tinha implicações importantes. Jesus tinha de ser verdadeiro, e portanto, a Bíblia devia ser verdadeira também!

Logo eu só tinha tempo para duas coisas. Meus estudos superiores e meu estudo da Bíblia. Dentro em pouco eu estava estudando as profecias bíblicas. Ao fazê-lo, reconheci que havia muitas interpretações, a maior parte delas só meio consistentes. Mas notei que havia uma escola de interpretação que era muito mais coerente e lógica que qualquer outra. E então descobri que essa pertencia à Igreja Adventista do Sétimo Dia. Logo comecei a freqüentar várias igrejas cristãs em minha localidade. Mantive intercâmbio com diferentes cristãos de várias denominações. Tomei cursos de Bíblia, li livros que explicavam a Bíblia, visitei ministros para discutir questões que eu tinha sobre temas bíblicos. Através de tudo isso, bastante luz inundou meu caminho.

Também fiquei intrigado com a existência de tantas denominações, todas pretendendo ser baseadas na Bíblia. Quando examinei cuidadosamente a diferença entre as denominações, percebi que a Igreja Adventista do Sétimo Dia era mais bíblica que todas as outras. A doutrina da salvação na Igreja Adventista do Sétimo Dia era clara e coerente. Era a única doutrina que satisfazia minha sensibilidade intelectual, emotiva e moral. A verdade de Deus e de Sua salvação se me deparou em toda sua beleza. Era tão incrível que me perguntava: “É esta realmente a verdade? Deveria aceitá-la? Deveria entregar-me a ela? Que seria se se demonstrasse uma falsidade bem concebida?”

A resposta ecoou de dentro de mim: “Suponha que na ciência uma nova teoria seja proposta, boa em geral, mas de modo algum perfeita, que faria você? Não aceitaria você a teoria provisoriamente a menos que achasse uma teoria melhor? Faça o mesmo aqui. Aqui está uma nova VERDADE. Aceite-a agora e viva por ela até que venha a achar algo melhor. Se esta não é a verdade, onde mais poderia ser encontrada?”

Fui batizado

E assim aceitei o Senhor e me entreguei a Ele. Com que igreja me associaria? A Igreja Adventista do Sétimo Dia, naturalmente! Chamei o Pastor Eugene Amey, que cuidava da igreja de Hillsboro, Oregon. Pedi para ser batizado. O Pastor Amey regozijou-se, mas sugeriu que eu tomasse estudos bíblicos com ele antes do batismo. Isso me desapontou um pouco. Queria ser batizado no dia seguinte, mas concordei com sua sugestão. Seguiram-se dez meses de estudos bíblicos excitantes. Ao contemplar o amor de Deus, eu chorei. O Pastor Amey me introduziu aos escritos de Ellen G. White. De início sentia aversão por seus escritos. Ela me parecia presumida e autoritária. Mas, ao amadurecer em minha compreensão do amor de Deus, seus escritos começaram a fazer cada vez mais sentido para mim e me influenciaram cada vez mais. Reconheci que o mesmo Espírito que operava nela também estava me guiando na verdade.

Fui batizado no sábado, 11 de agosto de 1979. Deus finalmente me atraiu. Em fevereiro de 1980 completei meu Ph.D., voltei para a Índia e assumi de novo minha carreira como lente de física no American College, Madurai, Índia.

Achei a verdadeira ciência

Ao continuar minha pesquisa da verdade, percebi que a soma total do que a Igreja Adventista do Sétimo Dia mantém é nada menos que uma ciência — consistente, sistemática e organizada. Ellen White a chama ciência da salvação. Há quatro boas razões por que é uma ciência.

1. Há uma lógica teórica. Nas teorias científicas, precisa haver uma estrutura lógica. Na história do grande conflito entre Deus e Satanás há uma estrutura lógica. É a lógica do amor. Amor puro e perfeito opera segundo uma lógica própria. A dificuldade com muita gente é que têm uma compreensão deficiente dessa lógica, e então admitem que não há lógica. Mas a lógica bem que aí está, e é a lógica mais bela, para quem tem olhos para ver.

2. Há evidências experimentais. Teorias científicas devem ser testadas quanto a sua verdade em laboratórios. A história do Grande Conflito é testada quanto a sua verdade na história humana. Isto é, a Terra é o laboratório. A história humana é o grande teste que está sendo efetuado para decidir o que é bem e o que é mal. Muitas pessoas erram por não percebê-lo. Mas este é o maior teste de todos.

3. Há predições. Se as predições demonstram-se corretas, então supõe-se que a teoria seja válida. No caso presente, temos muitas profecias que são idênticas com predições. Muitas profecias provaram-se ser corretas. Isto testemunha da veracidade do que a Igreja Adventista do Sétimo Dia ensina. A maior das predições é: Jesus voltará de novo. Espero ver isto verificado em breve na história humana.

4. Há boa interação com outros campos da ciência. Uma boa teoria científica numa área lança freqüentemente bastante luz sobre outras áreas. O tema do Grande Conflito e a visão de conjunto adventista do sétimo dia explicam a vida em suas várias complexidades.

Finalmente, como adventista do sétimo dia, tenho acesso a toda verdade revelada. Procuro-a e a ela me apego. Assim, minha procura da verdade terminou com uma audiência com a Pessoa mais maravilhosa — Jesus, Deus feito carne.

K. Shanmuganathan (Ph.D., Oregon Graduate Institute) ensina física no American College. Seu endereço é: Physics Department; American College; Madurai; 625002 Índia.