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Duane Maynard Cady, M.D.: Diálogo com um médico adventista, presidente da Associação Médica Americana Nicole Batten
O senhor filiou-se à AMA em 1966, logo após iniciar sua carreira cirúrgica. O que o levou a tornar-se membro dessa organização profissional? E como ela influenciou sua carreira? Eu não diria que a AMA influenciou minha carreira, mas ela acrescentou-lhe outra dimensão e a modelou. Tive a oportunidade de conhecer todos os tipos de pessoas. A maioria dos médicos associa-se a organizações profissionais para ampliar seus contatos e usufruir alguns benefícios delas oriundos como, por exemplo, fazer apólice de seguro em grupo. Porém, sinto que ser membro de associações profissionais como a AMA faz parte de minha obrigação como médico. Embora me tenha associado à AMA em 1966, eu já estava envolvido com associações médicas de meu estado e cidade na maior parte do tempo até 1992. A partir de então comecei realmente a envolver-me com a AMA. Qual foi a questão mais importante com que teve de lidar na área médica? A principal questão com que trabalhei e tenho trabalhado é como prover seguro de saúde para os que não têm esse benefício. Há quase 45 milhões de pessoas nessa condição nos Estados Unidos, e é uma situação que gera conseqüências sociais e econômicas incontestáveis. O segundo maior problema é a reforma nos delitos de natureza civil, ou reforma de responsabilidade médica. O sistema de responsabilidade médica de nosso país está falido. Os preços exorbitantes dos prêmios desse tipo de seguro, U$200 mil por ano ou acima disso em algumas especialidades de alto risco, estão forçando os médicos a limitarem seus serviços, aposentar-se antecipadamente ou mudar-se para estados onde as apólices desse seguro são mais estáveis. A crise está ameaçando o acesso de pacientes a cuidados médicos, em estados que não implantaram reformas de responsabilidade médica. O senhor acredita que é importante para os adventistas se envolverem na defesa de direitos e estarem informados sobre questões sociais e políticas? A Bíblia diz: “Dai a César o que é de César.” Creio que temos responsabilidade de participar, mesmo que somente em nível mais básico como o de votar. O grau de participação depende de cada indivíduo. Isso faz parte da boa cidadania. O senhor disse que sua missão nesta vida é o cuidado da saúde. Poderia comentar mais sobre isso? Cuidar de pacientes não é somente meu objetivo como médico, mas é minha missão pessoal. Alguns médicos pensam diferentemente e com freqüên-cia permitem que outras prioridades tenham a primazia sobre o cuidado de pacientes. Acredito que a medicina é um chamado, mesmo para os não-cristãos. O senhor tem oportunidade de compartilhar sua fé no trabalho? Sim, através das pessoas e grupos com quem me relaciono. Meus colegas do conselho da AMA sabem que sou cristão. Além disso, lidero vários programas da Igreja junto à comunidade. Como o senhor mantém o equilíbrio entre sua vida espiritual e seus inúmeros compromissos? A devoção pessoal diária é uma parte importante de minha vida espiritual. Creio, também, que ser ativo na minha igreja é parte integrante da vida espiritual, ou seja, ter comunhão com os irmãos, ser líder na escola sabatina, ser ancião de igreja... Quando o senhor era estudante de medicina, que desafios enfrentou? O enorme volume de dados com que temos de lidar é o grande desafio para a maioria dos estudantes de medicina. Tornou-se ainda mais difícil hoje, pois houve um aumento significativo de informações. Quando eu era estudante, dedicava cada noite longas horas aos estudos, exceto na sexta-feira. Isso pode ser difícil se você é casado e tem filhos. Muitos desses universitários enfrentam desafios para ter sua vida familiar. A taxa de divórcio é muito alta entre estudantes de medicina. Que conselho o senhor daria a um jovem adventista que objetiva seguir a carreira médica? Primeiro, faça o seu melhor na faculdade de medicina e aprenda o máximo que puder nos anos de residência médica. Lembre-se sempre de que a medicina é uma experiência de aprendizagem por toda a vida. Segundo, escolha uma especialização ou área de atuação que o interesse e traga prazer. Não faça escolhas somente por dinheiro. Você estará trabalhando nisso nos próximos 40 anos, então é melhor que goste da área. Terceiro, permaneça firme em sua decisão, apesar dos desafios. A área médica é difícil, exige muito e pode ser muito estressante; mas, para mim, é o que me dá maior satisfação. Nicole Batten é diretora de publicidade da Pacific Press, em Nampa, Idaho. Você pode contatar o Dr. Duane Cady escrevendo para American Medical Association, 515 N. State Street, Chicago, Illinois 60610, E.UA. Para conhecer mais sobre a AMA, visite o website www.ama-assn.org |